domingo, 6 de fevereiro de 2011

Fumaça

O fogo que ilumina minha noite,
É o mesmo que acende meu cigarro.
Cada tragada me envenena o corpo,
Mas cada fumaça que sopro também me alivia a alma.
Entre taças de vinhos e livros empoeirados,
Perco-me em pensamentos subversivos.

Na solidão a fumaça se espalha, preenche o vazio,
E veste meus desejos como uma luva.
Até mesmo quando não tem chuva,
Escuto sempre no meio da noite um lobo que uiva.
Uiva e espanta os males,
E como a fumaça, preenche os lares.

Meus pensamentos fluem e pairam pelo ar,
Assim como a fumaça que vem a calhar.
E na solidão não deixa a desejar,
Como uma garça de encontro ao mar.
Mergulhando e buscando um sustento,
Para preencher o vazio que me deixa em desalento.

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