terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Feto do concreto


Tão pouco vejo na noite os ecos do além.
Quando uiva o vento por entre os vasos quebrados.
Largos são os poros do asfalto molhado.
Pela chuva de um dia nublado.

Sinto o cheiro do feto do concreto.
Que chora na madrugada cinzenta.
E mesmo com aqueles ecos.
A mente dissipa o que o coração não sente.

Carros, luzes, gritos, choros, barulhos.
Reflexos de mentes nos becos escuros.
Pólvora que queima e arde no asfalto.
Abdico as falácias dos arautos apaixonados.

Vejo no silencio o despertar do meu sossego.
Procuro reverberar meus pensamentos.
Enquanto na rocha talho meus devaneios,
Com mais algumas linhas perpetuas em sentimentos.