sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Nada

Onde outrora havia algo, agora não tem nada.
Onde outrora havia esperança, agora não tem nada.
Onde outrora havia tristeza, agora não tem nada.
Mas o nada não é algo ruim.

Do nada vem o tudo, para preencher o vazio.
Do nada vem a coragem, para buscar tudo.
Do nada vem a realidade, para nos lembrar,
Lembrar que após o nada, algo sempre pode perseverar.

O nada é a antimatéria do sentimento.
Se o sentimento é a matéria em si,
Ele e o nada não podem coexistir.
Mas antes do outro, um tem de vir.

Quando o nada aparece em nossas vidas,
Precisamos aproveitar este momento de vazio,
Para meditarmos e aceitarmos o que esta por vir.
Afinal, o amor é o combustível do tanque do coração.

Jabuti Master

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Eterna Mistura

As nascentes com os rios se misturam
E os rios com o mar,
Os ventos no céu eternamente se misturam
Com uma doce emoção no ar;

Nada no mundo é sozinho,
Todas as coisas por alguma lei divina
Acabam se misturando à outras coisas.
Então porque não eu e ti?

Veja as montanhas lá no alto beijando o céu
E as ondas cobrem umas às outras;
Nenhuma flor poderia ser esquecida
Se de outra desdenhasse, pois ao lado elas estão.

E a luz do sol cobre a terra,
E os raios da lua beijão o mar
Qual o valor de todos estes beijos,
Se você não me beijar?

Jabuti Master

I remember

I remember, i guess i remember.
When i sang with my dad some piano songs,
About a funny house that had no roof and to nobody belonged.
Or when i slept on a hammock above my daddy’s chest.

I remember, i guess i remember.
How my mom used to massage my forehad when i had headache.
Of all the talks we had about life and happiness.
Or when she calmed me down after a nightmare.

I remember, i guess i remember.
When i stood beside a river and painted my face with clay,
And like an ancient Indian, i screamed and prayed.
Or when i ran barefoot through gravel.

I remember, i guess i remember.
When i used to climb to the top of a tree,
I looked up and the sky seemed so close.
Today i thank him for being so above.

I remember, i guess i remember.
But now is the time to create new memories.
To join them with those past memories,
And make me a thankful person.

I guess life is great after all.
Even when i can’t get what i want, when i want.
Or when i get sad and stuff.
Yes, even there, life could be great,

Because when we embrace the fact,
We learn to enjoy even the bad moments.
When i die, all i want is to be remembered,
As someone who had loved to live.

And when this day comes, people will say:
I remember, sure, i remember.
When he wrote about love and life.
His verses were then, a message from the soul, for posterity.

Jabuti Master

terça-feira, 23 de novembro de 2010

A vida é um palco

A vida é um verdadeiro teatro,
Onde o mundo é o nosso palco.
É desde o primeiro ato,
Quando nos passam o talco.

Quando sofremos muito,
As cortinas se fecham.
E sentimos a necessidade de mudar,
Criar coragem, para começar um novo ato.

Cada momento da nossa vida é um ato,
Do grande espetáculo que é viver.
Não podemos abandonar nosso personagem,
Pois o que seria do criador sem sua criatura?

Por baixo de todas as nossas mascaras do ego,
Impera nosso ser em si,
Por fora da máscara impera o ser-se-ia,
Derrubemos então nossas mascaras.

Para viver nosso espetáculo,
Interpretando então o personagem de nós mesmos.
Aceitar sempre que existe a dualidade no nosso ser,
Abraçar nosso lado sombrio e esquecer a culpa.

Pois se a vida é um teatro,

Nossos pecados e erros são nada mais que outro ato.
E sempre podemos fazer do próximo um ato de felicidade,
Sem esquecer que tanto a felicidade quanto a tristeza,
São apenas mais um ato do amor.

Jabuti Master

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Soneto da Dualidade

Deixo aqui minhas memórias para a posteridade.
Para que eu saiba que o sinto agora, talvez não seja a verdade.
Treino minha mente agora para aceitar a eternidade.
E sei que para isso tenho toda a sagacidade.

Meus dias se resumiam a esperar o amanhã,
Mas estou farto de esperar toda manhã.
O que me importa a partir de hoje é o agora,
Seja ele feliz ou triste a toda hora.

Buscarei minha felicidade,
Mesmo que esta não seja verdade.
Preciso também aceitar a maldade,
A maldade que por muitas vezes inquieta minha realidade.

Temos sim que aceitar a maldade,
Pois sem ela não existiria bondade.
Quando tentamos nos cegar perante a dualidade,
Perdemos o compasso da humanidade.

Não tem razão que me faça desistir de amar,
Porque mesmo quando sofremos por amar.
Continuamos a sentir e enxergar,
Deixando a maré nos levar como um veleiro ao mar.


Jabuti Master

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Recomeçar (Carlos Drummond)

Não importa onde você parou…
em que momento da vida você cansou…
o que importa é que sempre é possível e
necessário “Recomeçar”.

Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo…
é renovar as esperanças na vida e o mais importante…
acreditar em você de novo.
Sofreu muito nesse período?
foi aprendizado…
Chorou muito?
foi limpeza da alma…

Ficou com raiva das pessoas?
foi para perdoá-las um dia…

Sentiu-se só por diversas vezes?
é porque fechaste a porta até para os anjos…
Acreditou que tudo estava perdido?
era o início da tua melhora…
Pois é…agora é hora de reiniciar…de pensar na luz…
de encontrar prazer nas coisas simples de novo.
Que tal
Um corte de cabelo arrojado…diferente?
Um novo curso…ou aquele velho desejo de aprender a
pintar…desenhar…dominar o computador…
ou qualquer outra coisa…

Olha quanto desafio…quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus te
esperando.

Tá se sentindo sozinho?
besteira…tem tanta gente que você afastou com o
seu “período de isolamento”…
tem tanta gente esperando apenas um sorriso teu
para “chegar” perto de você.

Quando nos trancamos na tristeza…
nem nós mesmos nos suportamos…
ficamos horríveis…
o mal humor vai comendo nosso fígado…
até a boca fica amarga.
Recomeçar…hoje é um bom dia para começar novos
desafios.
Onde você quer chegar? ir alto…sonhe alto… queira o
melhor do melhor… queira coisas boas para a vida… pensando assim
trazemos prá nós aquilo que desejamos… se pensamos pequeno…
coisas pequenas teremos…
já se desejarmos fortemente o melhor e principalmente
lutarmos pelo melhor…
o melhor vai se instalar na nossa vida.
E é hoje o dia da faxina mental…
joga fora tudo que te prende ao passado…
ao mundinho de coisas tristes…
fotos…peças de roupa, papel de bala…ingressos de
cinema, bilhetes de viagens… e toda aquela tranqueira que guardamos
quando nos julgamos apaixonados… jogue tudo fora… mas principalmente… esvazie seu coração…
fique pronto para a vida… para um novo amor… Lembre-se somos apaixonáveis…
somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes… afinal de contas… Nós somos o “Amor”…
” Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura.”

Carlos Drummond de Andrade.

 

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Quem Sabe um Dia (Mario Quintana)

Quem Sabe um Dia
Quem sabe um dia
Quem sabe um seremos
Quem sabe um viveremos
Quem sabe um morreremos!

Quem é que
Quem é macho
Quem é fêmea
Quem é humano, apenas!

Sabe amar
Sabe de mim e de si
Sabe de nós
Sabe ser um!

Um dia
Um mês
Um ano
Um(a) vida!

Sentir primeiro, pensar depois
Perdoar primeiro, julgar depois
Amar primeiro, educar depois
Esquecer primeiro, aprender depois

Libertar primeiro, ensinar depois
Alimentar primeiro, cantar depois

Possuir primeiro, contemplar depois
Agir primeiro, julgar depois

Navegar primeiro, aportar depois
Viver primeiro, morrer depois

 

Mario Quintana

E se? Seria? Serei!

E se minha vida ainda fosse aquela?
E se o mundo ainda fosse apenas a vista da janela?
E se as musicas não me lembrassem dela?
E se o aqui e o lá pudessem amar a vera?

Seria minha vida um verdadeiro carnaval?
Seriam minhas fantasias de amor verdadeiro apenas teatral?
Seria ela a mulher por quem esperei todo natal?
Seriam meus desejos reflexos de um distúrbio mental?

Serei então no futuro o mesmo poeta e amante.
Serei então este poeta errante.
Serei sempre e para todo o sempre seu eterno amante.
Serei sim por completo amado,

Pois sei que o futuro esta fadado.


Jabuti Master

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O que sei eu sobre Mateus?

O apóstolo era filho de Alfeu,
Eu sou apenas um ateu.
O apóstolo era um publicano,
Eu as vezes sou profano.
O apóstolo era humilde e generoso.
Eu tento escalar por esse caminho tortuoso.

Mas o que vejo de mim quando olho no espelho da alma?
Um poeta se equilibrando por entre a corda do desespero.
Pensamentos soltos, insanos, frenéticos que vem e tiram minha calma.
Por outro lado continuo tranqüilo como uma pedra, as vezes morbígero.
Porem mesmo entre tanta turbulência ainda vejo a beleza na vida alem da alma.
Apesar de não ser apóstolo, nem acreditar em Deus, acredito na força da natureza.
Esta força incontrolável que tem o poder de transformar tudo e todos.

Acredito então que minhas palavras tem poder físico.
Tudo que falo, escrevo e penso mudam o mundo ao meu redor.
Pois neste jogo que é a vida, não somos apenas marionetes.
Somos na verdade, os programadores.
Pois a felicidade não é e nem deve ser um sentimento passageiro,
E sim um estado de consciência, onde o mundo pode ser sim um lugar melhor.
Por isso eu sigo minha jornada rumando sempre ao horizonte,
Pois sei que o caminho que eu escolher vai me levar sempre para alem dos montes.

Acredito no amor verdadeiro, daqueles que vem e fica por toda a eternidade.
Porque o que seria do amor se realmente acabasse?
Ele não acaba, ele muda, constrói, destrói, conquista, enlouquece mas não acaba.
A vida é muito bela para que deixemos de amar ou para nos privar.
Pois o amor é o tempero da vida, como o sentimento mais sublime.
Que faz de qualquer ateu um á toa ou de um pateta um poeta.
E faz cada dia ser sempre um novo dia, pois esse dia pode ser o dia de amar.

Jabuti Master

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Aqui onde se espera (Fernando Pessoa)

Aqui onde se espera
- Sossego, só sossego -
Isso que outrora era,
Aqui onde, dormindo,
-Sossego, só sossego-
Se sente a noite vindo,

E nada importaria
-Sossego, só sossego-
Que fosse antes o dia,

qui, aqui estarei
-Sossego, só sossego -
Como no exílio um rei,

Gozando da ventura
- Sossego, só sossego -
De não ter a amargura

De reinar, mas guardando
- Sossego, só sossego -
O nome venerando...

Que mais quer quem descansa
- Sossego, só sossego -
Da dor e da esperança,

Que ter a negação
- Sossego, só sossego -
De todo o coração ?

Fernando Pessoa

domingo, 14 de novembro de 2010

De Repente (Vinícius de Morais)

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O Poeta

É na tristeza que o poeta cria, pois chora.
Quando o poeta chora,
Suas lagrimas derramam versos ao relento.
Os versos que na verdade são seus sentimentos,
As vezes o poeta também grita,
Grita e sonha para que seja escutado aos quatro ventos.
E quando o poeta sorri,
Seu coração reflete o que ha de mais puro no mundo,
Reflete o sentimento de calmaria após a tempestade.

A incerteza leva o poeta a loucura.
Quando ele não sabe sobre o que sente,
Joga palavras ao vento como um regador.
Esperando que por algum motivo alguma gota caia naquela flor,
E que ao ser tocada essa flor desperte e ame o poeta.
Caso ele não a acerte,
O poeta então espera.
Porque o amor é como uma flor,
Devemos cultivá-lo sempre para que cresça forte.

Jabuti Master

domingo, 7 de novembro de 2010

Ontem, agora e amanhã

Quero porque quero o agora, hoje.
Não me basta o ontem de um futuro próximo.
Quero um amanhã melhor que hoje, ontem.
Pois sei que o agora, pode ser nosso.
Mesmo que o agora ainda tenho um pouco de ontem,
Pode ser que amanhã o ontem seja hoje.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Pólvora em Novembro (Uma homenagem a Guy Fawkes)

"Remember, remember, the 5th of November
The gunpowder, treason and plot;
I know of no reason, why the gunpowder treason
Should ever be forgot."

A pólvora que tem em si um pouco de enxofre,
Das profundezas, talvez a tristeza de um pobre.
A pólvora que tem também um lado vegetal,
Das chamas para as chamas no quintal.
A pólvora que tem até o potássio,
Das areias chilenas seu vestígio.

A pólvora que seria usada para derrubar o poder,
Com um verdadeiro V de Vendetta para temer.
O que fazer com o poder outrora auspicioso?
Que agora é de um verdadeiro mal agouro.

Lembrai-vos então, deste 5 de novembro,
Levantai-vos então, se opondo ao poder,
Que teus pensamentos sejam como a pólvora em novembro,
Acida, densa, explosiva e cheia de arder.

Jabuti Master

 

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Pessoa Querida

Eu não sei orar,
Mas sei vibrar.
E minha vibração,
Move o universo com emoção.
E se por algum minuto você duvidar que é possível melhorar,
Apenas olhe pra cima e comece a vibrar.


Pessoa querida,
Que sofre o momento,
Irradio a ti as energias do universo.

Pessoa querida,
Que por vezes ajudaste ao próximo com talento,
Dedico a ti minha positividade neste verso.

Pessoa querida,
Que de Deus é um verdadeiro instrumento,
Declaro aqui meus desejos de melhora e progresso.

Jabuti Master

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Soneto de Bettina Nº1



Bettina pequena menina,
De olhos convexos e olhar de citrina.
Espirito repleto, que acalma e fascina,
Até a mais pobre retina.

Bettina pequena criança,
Deixa que teu tio te balança.
Para te dar embalo e esperança,
E saciar sua ansia.

Bettina pequena sobrinha,
De mãos delicadas e bochecha gordinha.
Pele cheirosa de criança pomposa,
Já tem até vontade de ter uma prosa.

Bettina pequena menina,
Que tua vida seja repleta de magia.
Magia daquelas que trazem felicidade a rotina,
Para trazer harmonia pra você, minha sobrinha.

Jabuti Master