domingo, 7 de julho de 2013

Seu lar

Vem, faça de mim tua morada.
Me desorganize e arrume com calma.
Jogue tinta ou apenas lave minha alma.
Apague a luz e me abraça calada.
Apenas descansa.
Que te protejo o sono,
Pode dormir que não te abandono.

Mesmo quando acordada,
Sob a luz da rua tua face com sono.
Aquele gosto de chocolate,
Comprado com muita saudade.
E sabe porque faço isso?
Porque quando me abraça,
Também queria te chamar de casa.

E até mesmo quando quiser ficar sozinha,
Aquele abraço estará sempre em casa.
Quando precisar abre a porta e entra,
Pois de meu carinho já te dei a chave.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Sombras

Sim meu bem,
Ja andei pelas sombras.
Me arrastei pelos becos
E senti o cheio podre dos bueiros.
Ja me cansei de tudo,
Ou mesmo de todos
E ate de mim mesmo.
Senti frio, fome, medo
E desespero.
A vida já me deu muito tapa na cara,
Me largou no canto sem nada,
Embriagou-me de desassossego.
Mas isso passa, sim.
Sim! Isso é apenas o abismo,
Olhando pra nós mesmos.
Um abismo vazio.
Quando olhamos,
Não vemos o fundo.
Mas estica um pouco a cabeça,
Desvia um pouco o olhar.
Vai perceber que acima do abismo
Tem também um céu.
Que cobre sua cabeça como um véu.
Te protegendo deste abismo de fel.
Vira, segura minha mão
E me abraça bem forte.
Pois mesmo que hajam sombras,
Meu coração quando te vê bate mais forte.

domingo, 30 de junho de 2013

Saudade

De noite o céu se incendeia,
Cada estrela à alma encandeia, 
Na estrada todo passo é um laço,
Do nó que vem da distancia de você.

A música embala meus sonhos,
De deitar sob estrelas com você.
Sejam estrelas reais ou não,
Pois na realidade só queria você.

Quando fecho os olhos te vejo.
Na despedida um pequeno beijo,
Que para mim foi grande o desejo,
Desde que te conheço.

Cada traço de um lugar desconhecido,
Me lembra você.
Cada pássaro em seu vôo estarrecido,
Me lembra você.
Cada transeunte, artista ou desconhecido,
Me lembra você.

Talvez isso tudo porque
Cada batida no meu peito,
Cada passo, suor, pensamento, desejo,
Me lembrem de você.
Agora a saudade aumenta e assim
A vontade de te ter.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Acho que te amo

Odeio o fato de só pensar em você.
Odeio olhar pro espelho e ver o vazio.
Odeio o jeito como sua presença tira a atenção do universo.
Odeio a forma como faz da minha cabeça, sua morada.
Odeio, talvez porque te amo.

Mas o que sei eu sobre o amor?

Amo quando me acalma apenas pela presença.
Amo quando me trata com carinho.
Amo o jeito como sorri.
Amo a forma como me olha.
Amo conversar com você por horas.

Envolto por amor e ódio me sinto confuso.
Sei que não deveria insistir, mas não consigo.
Costumo achar que controlo o mundo,
Mas com meus sentimentos não tenho ilusão.
Sou obrigado a aceitar minha condição de apaixonado.
Seja por ilusão ou imaturidade.
Mas mesmo confuso, tenho certeza de uma coisa.
Você me faz feliz, me amando ou não.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Sexta de carnaval


Sexta de carnaval,
Transeuntes aos montes
Aglomeram-se nas ruas, esquinas e calçadas.
Nos carros, ônibus, motos e aviões.

Desesperados, maníacos e insanos
Buscando sempre outro lugar.
Que não aquele onde constroem seu futuro.
Ou onde quase sempre chamam de lar.

Na marcha fúnebre do desespero por folia,
O que pensaria Orfeu no ônibus lotado?
Eurídice ficaria aos prantos em casa vendo o transito no jornal,
Com a comida já fria a mesa, temendo por este carnaval.

Orfeu chegaria atrasado e cansado.
Comeria o prato frio com cerveja resfriada,
Fumaria um cigarro na janela olhando a estrada lotada,
Passaria na sala acordando Eurídice e buscaria sempre outro lugar.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Argh


Argh! Este calor...
O brilho da lua invade pela persiana,
Reflete na parede e exalta a noite abafada.
A fumaça exala o suor dos pensamentos.
Como uma sauna, transpira calada,
Envolta em idéias e memórias de outrora.
Ah... Este silêncio inócuo e perpetuo...
Ainda que tão logo seja incerto,
Em revoltos estardalhaços de guitarra.
E a bateria que ACERTA! E cala.
Musica...
Esta musica que me toca as veias,
Como se fosse um baixo,
Marcando cada passo
Do diacho do meu coração!

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Feto do concreto


Tão pouco vejo na noite os ecos do além.
Quando uiva o vento por entre os vasos quebrados.
Largos são os poros do asfalto molhado.
Pela chuva de um dia nublado.

Sinto o cheiro do feto do concreto.
Que chora na madrugada cinzenta.
E mesmo com aqueles ecos.
A mente dissipa o que o coração não sente.

Carros, luzes, gritos, choros, barulhos.
Reflexos de mentes nos becos escuros.
Pólvora que queima e arde no asfalto.
Abdico as falácias dos arautos apaixonados.

Vejo no silencio o despertar do meu sossego.
Procuro reverberar meus pensamentos.
Enquanto na rocha talho meus devaneios,
Com mais algumas linhas perpetuas em sentimentos.