domingo, 14 de agosto de 2011

Meu Pai

Meu pai, cabra arretado, ousado.
Veio de longe, se fazer no cerrado.
Homem de muitas idéias e platéias,
Encanta e diverte a todos que encontra.

Lembro de quando me falava ao lado, no piano,
Que era uma casa muito engraçada, não tinha teto,
não tinha nada. E que ninguém podia, morar nela não.
Porque na casa não tinha chão.

Mesmo que eu não lembre, sei que por muitas noites,
Você acordou para embalar meu sono.
Mas lembro dos nossos domingo de manhã,
Quando sentávamos juntos para jogar videogame.
E lembro sempre também, do seu senso de humor,
Que conseguia pintar uma nuvem cinza de branco.

Muito do que sou hoje na vida,
Se deve a você. Que sempre pontuou como era bom ser.
Me deu o exemplo de como seguir no trabalho,
E até mesmo do que ouvir no meu radio.

E em meio a tantas recordações,
Estendo aqui como um cartaz,
Que desejo a ti um Feliz Dia dos Pais.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Mesa de Bar

No copo um reflexo de meus amigos como um espelho,
Na cabeça pensamentos e idéias em devaneio.
Cada piada, uma risada. Cada sussurro, uma olhada,
No jogo da mesa do bar, cada comentário é uma cartada.
Se a vida é um teatro de cortinas fechadas,
O bar é a cadeira em frente ao palco de cortinas fechadas.
Paramos por um momento ouvindo o vento,
Passou e foi apenas mais uma noite ao relento.
E se o copo secar, desce mais uma garçom,
Depois a gente vê quem vai pagar.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Canalha?

A face oposta encara e espera,
Um olhar ou até um sinal de entrega.
Ah, este jogo que embala,
quando tento como um canalha.

Te seduzir, te conhecer, te despir.
Despir até a alma e descobrir cada falha.
Para que com a minha presença possa curá-la.
Serei mesmo um canalha?

Quando te vejo passar, já penso em parar.
Te atropelar com meus versos.
E nenhum médico chamar.
Pois o teu problema, eu é que vou curar.

Quando tudo acabar...
Mesmo que eu seja talvez um canalha,
Ah você vai se lembrar.

sábado, 21 de maio de 2011

Narguilê

No escuro a brasa do narguilê,
Na fumaça a essência de tudo que não se vê.
Pra cada gole de café, uma passada de página,
Em meio a introspecção tranqüila de uma tarde atarefada.

Sinto, exalo e embalo,
A cada tragada.
Acordo, olho, volto,
A cada gole.
Passeio vejo, penso, entendo,
A cada página.

Escuto as bolhas no fundo da garrafa,
Glub, glub, glub, mais uma tragada.
Agora que a tarde já não está mais amarelada,
Olho pela janela, não te vejo, e mais uma tragada.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Marionete

Palavras mutaveis são cordas,
Que controlam a marionete acalentada.
O gesto porem, que domina a cruzeta,
Dão o caminho a marioneta.
No silencio minha voz que ecoa e abala,
Minha mão te liberta e acalma.

Uma mão que aos trancos sobe,
E aos barrancos te toca e te serve.
Mesmo que por enquanto,
Os olhos só olhem,
As mão só toquem,
Os labios só falem.
Serei o que faço até que se acabe.

domingo, 8 de maio de 2011

A minha mãe

A minha mãe,
É feliz, é forte e firme.
A minha mãe,
É avó, é amorosa e atenciosa.
A minha mãe,
É carinhosa, é consciente e cuidadosa.
A minha mãe,
É guerreira, é gentil e generosa.

Graças a ela,
Aprendi a amar a natureza.
Graças a ela,
Aprendi a ser tranquilo.
Graças a ela,
Aprendi a lutar.
Graças a ela,
Aprendi a amar.

Obrigado mãe por estar sempre aqui, pra me ajudar.
Mesmo quando não esta.

Jabuti Master

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

By the winds

Take all the courage that you have,
Throw at your future with your hands.
Let your troubles fade,
Enjoy the gift of life.

If your hearth is on the line,
Remember, you can just cry.
And by your tears,
You say goodbye.

When the winds blow,
By your windows, tonight.
Look at the bright sky,
And feel the winds blowing your problems.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Céu do cerrado

Achava que não conseguiria tirar os olhos do meu fardo;
Mas na verdade, não consigo tirar os olhos do céu do cerrado.
Meus pensamentos por vezes tortos como as arvores daqui;
Estão fincados em mim mesmo e resistem ao fogo sem partir.

E assim como no cerrado, após uma queimada;
Novos pensamentos brotam em seguida.
Deixo a chuva tocar minha face calada;
E quando lembro do passado, já não sinto a despedida.

Espero então sob a luz do luar;
Tremendo sobre os ventos uivantes.
Na manhã seguinte, quando o sol vier a raiar;
Sei que o céu do cerrado por mais uma vez vai brilhar.

Jabuti Master

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Fumaça

O fogo que ilumina minha noite,
É o mesmo que acende meu cigarro.
Cada tragada me envenena o corpo,
Mas cada fumaça que sopro também me alivia a alma.
Entre taças de vinhos e livros empoeirados,
Perco-me em pensamentos subversivos.

Na solidão a fumaça se espalha, preenche o vazio,
E veste meus desejos como uma luva.
Até mesmo quando não tem chuva,
Escuto sempre no meio da noite um lobo que uiva.
Uiva e espanta os males,
E como a fumaça, preenche os lares.

Meus pensamentos fluem e pairam pelo ar,
Assim como a fumaça que vem a calhar.
E na solidão não deixa a desejar,
Como uma garça de encontro ao mar.
Mergulhando e buscando um sustento,
Para preencher o vazio que me deixa em desalento.